segunda-feira, 18 de maio de 2009

Átomos interiores.





O dualismo que em mim habita...

Sou feita de som.
De música.
De pequenas partículas coloridas e brilhantes.
De dança..
De matéria.

Sou feita de inquietações, de dúvidas, de inseguranças...

O tempo ainda me acelera a cada batida, a cada sino ou sinal. Como se cada hora pedisse pressa. O tempo feito líquido me trás a impressão de que não sei ser represa.

Sendo assim, se esvai... Se vão os tique-taques, sugados pelo buraco negro da dimensão almática de minha existência.


O outro olhar ainda me amedronta e me enobrece.

Isso, penso eu, deve ser reflexo dos espelhos humanos que ainda busco, emoldurados de glória.

Quase todos que me cercam sobrevivem no concreto. E eu sou feita também da mesma essência dos pensamentos, aquelas coisinhas brilhantes. Fico sempre atenta procurando seres almáticos, que transitem também por aqui, entre cédulas e flores. O que mais encontro é gente morta em corpo vivo.

Corações sem propósito, alimentam um corpo que deveria ser apenas parte, tomam a parte pelo todo. Sem suprimento arterial adequado apodrecem, fedem e nem percebem, se denunciam, denunciam-se mortos.

Uma parte ainda mais triste de tudo isso é de minha contribuição. Eu, um ser de alma viva feita de cores e dança, eu que não mato minha alma de fome, ás vezes me sinto tentada a assassiná-la em troca de espelhos feitos de gente morta.

Contemplo o sonífero, que para mim, tem gosto de vômito.

A sede é tão violenta que mato a mim mesma por outros e mato outros por mim mesma, no final não há viventes, apenas sobreviventes anêmicos. Doação vermelha para as trevas.

Quase submersa, me lembro que me manter viva não depende de mim mesma. Olho pra quem um dia me deu Água viva e Água viva em gente morta é maravilhoso demais pra querer continuar levando a vida em preto e branco. Exercito meus olhos novos...meu espírito duvidoso descansa na Verdade, deleito-me....a calmaria vem com a certeza da eternidade e a brisa é sempre muito suave.

Volto para Ele, onde me encontro.
Volto para onde nunca deveria ter saído.
Não mais amnésia.
Em Cristo,

Carol.

3 comentários:

  1. Continue crendo na calmaria e se deleitando na brisa. Assim como Tine vc expressa vida em suas palavras, pois são vida mergulhadas na VIDA da Videira que nos importa! Continue escrevendo, são maravilhosos, adoreii!
    amei teu blog!:D
    Sempre q puder vou dar uma passadinha por aqui. =*)
    Xero Carol
    bjo Dai

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  2. Continue espalhando seu canto...
    Dance preparando o chão que tu pisas...
    Suplica a Ele e serás atendida, gratificada...
    E todos os corpos vivos com alma morta, serão envolvidos..
    Tocados com a tua luz, com tua dança, com tuas cores de mais amores.

    Beijocas em seu coração!

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