domingo, 11 de outubro de 2009

Recomeço


Sei lá...

Nem lá devo saber... Lá é o aqui de ontem e aqui continuo não sabendo...

A chuva anuncia coisas maiores, coisas que eu não compreendo e, graças a Deus, não dependem do meu entendimento para que aconteçam.
Ela simplesmente vem... a despeito de minha incredulidade, de meus muitos erros, de minhas limitações.
“A chuva cai sobre justos e injustos”...
É como a fidelidade do Senhor, que permanece mesmo que sejamos infiéis.
É como as misericórdias Dele que se renovam a cada manhã para todos, assim como o sol...

Há sempre uma possibilidade de recomeçar, de recomeçar corretamente, de escolher o caminho que leva a vida eterna...

Afinal, não estamos aqui por muito tempo.
A eternidade nos aguarda, nos guarda Nele.

E tudo que não sei, não importa tanto quando se tem um Guia tão perfeito.
Basta que eu não me afaste muito, basta que eu esteja sempre perto.
O mais perto que meu desapego pode me levar.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Vacina.


Amanheço todos os dias,
acumulando numerosas novas sequências...
Como ninguém tem consciência de DNA,
percebo somente desejos novos
e um estranhamento do que já foi gosto.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Grão.


Resolvi expressar-me em pequenas doses...
Diluir um pouco a solução...
Diluo com o solvente universal
Que se chama tempo
Dou-me aos pedaços
E diminuo a densidade
Do que escrevo.

sábado, 29 de agosto de 2009

devaneios Inatos.


Preciso mesmo de algo que me represente?

Procuro, eu, falsas representações?

Preciso me ver em minhas produções?

Sobreviveria, eu, sem nada produzir?

Sendo representada apenas por mim mesma?

Sou crescida o suficiente para sobreviver bem ao ócio?

Ao ócio não criativo?

E de que é feito meu combustível?

Essa necessidade desenfreada?

Porque insisto em preferir às interrogações?

Em uma breve declaração; sempre penso no que ainda está por ser conquistado.
As conquistas já saboreadas tem gosto efêmero e as novas possibilidades despontam com sabor desconhecido, por demais atraente.


O medo também transita por aqui. Como poderia negá-lo?
Ele casou-se com os paradigmas e com as certezas.
Adora um ponto final, evita vírgulas e imagina exclamações.


Nem sei pra quem estou escrevendo... Talvez seja uma necessidade mal disfarçada de representar-me.

Mas, representar-me para quem, meu Deus!?

Não há alguém humano que me entenda além de mim mesma.
Aliás, que otimismo repentino foi esse que presumiu eu mesma entender-me?

Escrevo para esvaziar-me.
Essa desculpa me cai bem, por enquanto.

Eu mesma,
Mas fazendo uso do vocativo que normalmente usam:
Caroline.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Uma busca por excelência.


Não existe justificativa para que, nós que conhecemos a Cristo, levemos uma vida monótona e sem perspectiva.

Muitas vezes o mundo não nos dá muitas opções, limita nossos planos, as circunstâncias, que muitas vezes a gente nem escolhe, impede a realização de desejos pessoais ou coletivos.

O sistema prende mesmo, a lei do mais forte impera nesse mundo jaz no maligno.

Mas, não devemos perder de vista os projetos que Deus tem a respeito de nós!
Para esses, não tem falta de dinheiro, educação ou oportunidades que possam impedir sua plena realização.

A vida do Cristão consiste em cumprir o que Deus deseja, o que Deus sonhou a seu respeito e não de eternas petições para realizarmos nossas próprias vontades egoístas e sem propósito.

“Vocês cobiçam coisas, e não as têm; matam invejam, mas não conseguem obter o que desejam. Vocês vivem a lutar e a fazer guerras. Não têm, porque não pedem. Quando pedem não recebem, pois pedem por motivos errados, para gastar em seus prazeres.”
Tg 4: 2,3.

É incrível a quantidade de cristãos de longa data de caminhada que ainda não compreenderam isso. Esses vivem frustrados e com sua fé abalada, pois estão fartos de pedir e não serem atendidos. Sem contar aqueles que desistem do caminho, por “Deus não se importar” ou porque “Deus nunca ouve”.

Deus sempre ouve e sempre dá quando pedimos bem.

“E farei tudo o que pedirdes em meu nome, PARA QUE O PAI SEJA GLORIFICADO NO FILHO.”
Jo 14:13

Devemos estar próximos a Deus de tal forma que nossos desejos sejam para glorificá-lo e não a nós, se nossas petições forem a favor do Reino, sempre serão ouvidas.

Se, realmente, já morremos para nós mesmos, não será tão difícil assim desejar a vontade de Deus.

“Esta é a confiança que temos nele, se pedirmos alguma coisa, SEGUNDO A SUA VONTADE, ele nos ouve.”
1 Jo 5: 14

Antes de nos engajarmos a pedir desesperadamente coisas para nós mesmos, devemos antes nos santificarmos Nele. Para nós, que já morremos, importa tão somente que Ele cresça e que diminuamos.

Devemos aprender a ouvi-lo.

Se desejarmos uma faculdade, que seja para glorificá-lo e alcançarmos pessoas ali, se um bom emprego, que a prioridade seja a expansão do Reino nesse lugar.


“Portanto quer comais, quer bebais, quer bebais, ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para glória de Deus”.
1Co 10:31

Quem não estiver disposto a isso, ao menos não se surpreenda quando não receber o que a carne deseja.

Em amor que é Ele mesmo,
Carol.

sábado, 18 de julho de 2009

Eu, uma fábrica de formas.


Minha vida imita o filme, os filmes imitam minha vida.
Não sei dizer se busco o incomum ou se o incomum me busca, só sei que as coisas não são triviais por aqui. Quase nunca.
Não digo nunca, porque presumir o absoluto é comum demais e não cabe nesse universo excêntrico.

Às vezes, me canso.
Tento me convencer que uma vida tranqüila e previsível me caberia bem.
Tento pensar menos, deixar passar, deixar ir sem que seja compreendido...
Afinal, pra que tanto entender, Meu Deus!

Na maioria das vezes esses sentimentos me vêem quando percebo que, na verdade, nada é absolutamente como enxergamos e todo aquele tempo que gastei para alcançar a suposta coerência, foi inútil. A relatividade torna minhas experiências pessoais insuficientes para julgar o que quer que seja.

O julgamento individual produz as antíteses.
Assim um mesmo cenário pode ser preto ou branco, depende dos olhos que observam.


A infinidade de possibilidades torna tudo magicamente sem forma.
A matéria sólida tem forma definida, as idéias não.

Logo, as reações também não tem forma.
As pessoas não tem forma
Alias, tem forma passageira, tem forma presente, mas não há longo prazo.
E aí, a gente vai com aquela forma, tipo aquelas de bolo e biscoito, que foi preparada com tanto esforço e de tipos variados... coração, palhaço, borboleta, sorvete..e...

SURPRESA!

Ela não serve mais.


O mais decepcionante é quando supomos ter produzido a forma de Deus.
Porque essa dá mais trabalho e a surpresa da decepção é muito mais dolorosa.

Deus é perfeito e nós não conseguimos fazer uma forma que se aproxime 1% da perfeição...

A perfeição divina foi materializada na pessoa de Jesus Cristo.
Ele é O caminho e Nele não há relatividade alguma.

Em nosso julgamento...
Sempre há.

A perfeição nem forma têm.
Aliás, até tem. Mas eu, um ser imperfeito, jamais terei consciência dela.

Pensando bem, uma dose de empirismo não faz mal a ninguém.

Pensando mais bem ainda, prefiro seguir experimentando Dele e não produzindo forma pra nada...

Não é preciso julgar nada.
É, apenas, necessário que acreditamos que Ele julga perfeitamente.

Só em saber que produzir formas não é nada sábio, já ajuda.


“Andar com fé eu vou que a fé não costuma faiá”
As formas, sempre falham.


No amor, que é Ele mesmo,
Carol.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Jesus Cristo.


Hoje, eu me nego.

Estou decidida!
Me negarei...
Me negarei de verdade.

Aceito as humilhações por Ele
Aceito as dores por Ele
Aceito as aflições por outros
Aceito a negação ao conforto daqui
Em troca da satisfação de lá...

Penso que essa deveria ser uma declaração pública a todos que amo e que me amam.

Não se assustem com minhas escolhas, elas não serão comuns, não serão “sensatas”. Melhor não tentar entender mesmo, mas se quiser uma dica...

É que resolvi não viver mais para esse mundo.

Isso!
Isso mesmo!
Decidi abrir mão de tudo daqui pra viver o quanto puder a vida com Cristo e por Cristo...
Certamente não será fácil...

Tenho sido parcial até aqui e não tem sido fácil.
Percebi que minhas aflições presentes é fruto de uma tentativa de reter...

Minha decisão de não viver para esse mundo é antiga...
Mas...
Penso que não havia calculado corretamente os “gastos”, como Ele disse certa vez a respeito da construção de uma tal casa, comecei a construir com uma conta de gastos errada...

Minhas aflições são porque pensava que não haveria sofrimento nessa negação diária...
Nesse não viver para esse mundo, não acrescentei à conta a parcela do sofrimento...

Bem, acabo de acrescentá-la, e continuo com minha decisão.

Não espere de mim o que se espera normalmente...
Por favor...
Não espere...

Não viverei em busca da felicidade
Do conforto
Ou do que chamam de satisfação pessoal

A vocês, que me amam tanto...
Sintam-se felizes comigo!
Troquei essa vida efêmera pela plena e eterna.

O que eu viver por aqui, que seja conforme a Graça Dele...
Receberei por Graça...
Meus esforços estarão concentrados para outro Reino
Não mais lutarei por esse

Troco tudo por Cristo!
Calculei o preço
Estou disposta a pagá-lo

Escolho a Cruz.

Orem pela força diária que precisarei para manter essa decisão.
Orem para que eu não retroceda


Sei que não será fácil...
Assumir a Cristo...
Acreditar em cada palavra
Viver de tal forma...
Não será fácil.

Será assim até que a verdadeira Vida se revele...
Nesse dia glorioso está minha esperança.

Me sinto imensamente alegre pela oportunidade dessa decisão.
Que haja sempre Fé
Sempre esperança
E acima e tudo Amor.

Em Cristo,
Carol.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Esperança alta.


Voltemos.


Sim!

Sim...

Sim, eu posso sentir o que fizemos de nós mesmos!
Eu posso ver, apenas por alguns momentos sagrados, o que estamos fazendo de nós mesmos...

Posso ver a cegueira alheia...
Alguns semi-cegos.
Ainda assim cegos...

Posso ver minha própria cegueira...

Posso ver que não é esse o caminho que devemos tomar...

Esse caminho de instintos somente...

Será que apenas eu posso sentir?

Você também não acha que não deveria ser assim?
Que há muito mais de amor em nós?
Que sentimos a falta desse mais amor todos os dias?
Que essa falta grita quando a chuva vem?
Que cada manhã de sol é mais um convite à vida?
Que o Convite grita?
Que por trás de cada atitude egoísta que tomamos o que estamos buscando, na verdade, é esse mais amor?


Por que procuramos assim?
Por que tão violentos?
Por que competimos quando, na verdade, podemos caminhar lado a lado?
Para quê as armas?
Para quê?

Precisamos mesmo delas?


Que tamanha anestesia!

Anestesia que nos faz esquecer que temos olhos...
Por não acreditarmos que os temos, eles não possuem utilidade...

No fundo, fingimos não ver.
No fundo, sabemos que aqueles “seres” na sinaleira são como nós.
Quando foi que nos acostumamos?
Como podemos tratá-los assim?
Como podemos negarmos a nós mesmos?

A cada manhã o Sol grita!
Tenta nos lembrar quem somos!

Não duvide da chuva!
Não duvide das flores!
Não duvide da música!

Eles só estão tentando nos lembrar quem somos.


Não podemos ao menos tentar?

Desse jeito não está dando certo mesmo...

Vamos!

Eu sei de uma Luz!

Vamos?!

Existe Um Sol de justiça!

Ainda podemos voltar!

Sei que existe!

Somos feitos Sua semelhança e Ele é amor.
Ainda há uma esperança.

Enquanto houver fé,
Ainda há.

Em Cristo,

Carol.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Átomos interiores.





O dualismo que em mim habita...

Sou feita de som.
De música.
De pequenas partículas coloridas e brilhantes.
De dança..
De matéria.

Sou feita de inquietações, de dúvidas, de inseguranças...

O tempo ainda me acelera a cada batida, a cada sino ou sinal. Como se cada hora pedisse pressa. O tempo feito líquido me trás a impressão de que não sei ser represa.

Sendo assim, se esvai... Se vão os tique-taques, sugados pelo buraco negro da dimensão almática de minha existência.


O outro olhar ainda me amedronta e me enobrece.

Isso, penso eu, deve ser reflexo dos espelhos humanos que ainda busco, emoldurados de glória.

Quase todos que me cercam sobrevivem no concreto. E eu sou feita também da mesma essência dos pensamentos, aquelas coisinhas brilhantes. Fico sempre atenta procurando seres almáticos, que transitem também por aqui, entre cédulas e flores. O que mais encontro é gente morta em corpo vivo.

Corações sem propósito, alimentam um corpo que deveria ser apenas parte, tomam a parte pelo todo. Sem suprimento arterial adequado apodrecem, fedem e nem percebem, se denunciam, denunciam-se mortos.

Uma parte ainda mais triste de tudo isso é de minha contribuição. Eu, um ser de alma viva feita de cores e dança, eu que não mato minha alma de fome, ás vezes me sinto tentada a assassiná-la em troca de espelhos feitos de gente morta.

Contemplo o sonífero, que para mim, tem gosto de vômito.

A sede é tão violenta que mato a mim mesma por outros e mato outros por mim mesma, no final não há viventes, apenas sobreviventes anêmicos. Doação vermelha para as trevas.

Quase submersa, me lembro que me manter viva não depende de mim mesma. Olho pra quem um dia me deu Água viva e Água viva em gente morta é maravilhoso demais pra querer continuar levando a vida em preto e branco. Exercito meus olhos novos...meu espírito duvidoso descansa na Verdade, deleito-me....a calmaria vem com a certeza da eternidade e a brisa é sempre muito suave.

Volto para Ele, onde me encontro.
Volto para onde nunca deveria ter saído.
Não mais amnésia.
Em Cristo,

Carol.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Parto.


Desejos.

Um desejo...
Um desejo...
Um desejo...


Um desejo de ser leve, de deixar que leve...

Um desejo de ser em cores amenas, cores que não tragam consigo aquele apertar de peito, aquele ar rarefeito...
Quero encher meus pulmões, quero não reter nada, quero não ser nada além de gente.

Quero me virar de ponta cabeça e esquecer tudo que absorvi de chumbo até aqui...

Quero morrer mais uma vez, em mais uma instância...

Apelo para outros aquilo que grita dentro de mim. Um grito dilacerador, desfalecedor.

A falsa produtividade me oprime. Ainda me oprime, oprime...
A correnteza ainda é forte e meus remos curtos...
Uma voz supostamente consciente me castra de ser gente, diz que devo ser máquina.

Preciso sair! Preciso sair! Sufoco, sufoco.
Lágrimas.

Um estado latente de insatisfação. Um objeto manipulado por uma entidade impalpável a quem chamam de sistema, acorda.
Desperta!

Espreguiça-se...
Algo ainda me mantém deitada, sou eu mesma, ou parte de mim.

Tal parte de mim, abriga o medo.
Vozes ecoam...

Ecoam advertências! Supostas necessidades indispensáveis. Algo que detesto e não consigo soltar.

Uma natureza escondida, abafada, enganada, surge. Floresce, nasce... Não acha espaço para crescer... sufoca...síncope.

Desejo de vestido de chita em cores pastel.. de brisa e balançar de cabelos, de riso, de família, de Reino...

Ah!

Ah!

Ah!

Abro mão de qualquer instrução mal dita... Assumo os riscos.
Assumo o parto.
Um mais novo nascimento ocorre.

Em Cristo,

Carol.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Ópio.


Não tem pé nem cabeça.


Essas histórias sem pé e nem cabeça que tem me vindo à cabeça...
O que fazer com elas?
Não são aceitas! Não são entendidas! Não tem nem pé nem cabeça! E se não tem, não são ouvidas e quem sabe nunca serão.
Um bicho de sete cabeças! E quem gosta? E quem quer? E quem quer pagar pra ver?
Todos preferem esquecer o que não me sai da cabeça! Esse bicho de sete cabeças! Que não me sai da cabeça... Não tem jeito! Não consigo passar por cima! E cadê essa ponte que todos usam? Onde achá-la? Será que é mesmo tão segura? E é mesmo com pé e cabeça que preste?
Não vejo lógica! Não vejo doçura nos frutos que crescem dessa fonte. Essa que, dizem ser, tão saudável, tão aceitável.

E se eu não quiser a anestesia da ponte?
e se eu não quiser passar por cima de tudo?
E se eu não quiser essas lentes microscópicas?
E se eu quiser me manter consciente?
E se eu quiser pagar o preço?
E se eu descobrir que o preço que pagam e nem sentem é mais caro?
E se eu quiser nadar?
E se essa tal “realidade” não me couber?
E se o amor for mesmo o mais importante?
E se eu estiver certa?
Me deixarão ir?
Quererei ir?
Já fui?
Estou?

São tantos! Tantos pés em uma mesma direção! Pés e cabeças! Os olhos são lilases! São fixos! São cegos! Os passos distraídos! A ponte é cinza! E logo em baixo tem um mar. O mar é de gente. Gente que não tem escada, porque “não presta”! Morrem na vida.

Enquanto os outros seguem... uns até conseguem correr, vencem na vida.

Esse eterno aforgar-se.
E o mar é de gente.

Quero não beber dessa fonte!
Essa fonte que bebe a todo mundo e a ninguém sacia.

Todo mundo será pão dormido?!

ACORDA POVO!!!

Povo há corda pra puxar!

Levar a vida não é ter o quê levar dela!
Estão levando vocês!

Ninguém se dá conta?
Ninguém se dá conta?

A conta é cara!
A conta cresce!

Como pagar?

Vamos ser gente!
De mãos dadas!

Vamos! Que a felicidade não se compra.
O que se compra é o ópio!

Em Cristo,


Carol.