quinta-feira, 14 de maio de 2009

Parto.


Desejos.

Um desejo...
Um desejo...
Um desejo...


Um desejo de ser leve, de deixar que leve...

Um desejo de ser em cores amenas, cores que não tragam consigo aquele apertar de peito, aquele ar rarefeito...
Quero encher meus pulmões, quero não reter nada, quero não ser nada além de gente.

Quero me virar de ponta cabeça e esquecer tudo que absorvi de chumbo até aqui...

Quero morrer mais uma vez, em mais uma instância...

Apelo para outros aquilo que grita dentro de mim. Um grito dilacerador, desfalecedor.

A falsa produtividade me oprime. Ainda me oprime, oprime...
A correnteza ainda é forte e meus remos curtos...
Uma voz supostamente consciente me castra de ser gente, diz que devo ser máquina.

Preciso sair! Preciso sair! Sufoco, sufoco.
Lágrimas.

Um estado latente de insatisfação. Um objeto manipulado por uma entidade impalpável a quem chamam de sistema, acorda.
Desperta!

Espreguiça-se...
Algo ainda me mantém deitada, sou eu mesma, ou parte de mim.

Tal parte de mim, abriga o medo.
Vozes ecoam...

Ecoam advertências! Supostas necessidades indispensáveis. Algo que detesto e não consigo soltar.

Uma natureza escondida, abafada, enganada, surge. Floresce, nasce... Não acha espaço para crescer... sufoca...síncope.

Desejo de vestido de chita em cores pastel.. de brisa e balançar de cabelos, de riso, de família, de Reino...

Ah!

Ah!

Ah!

Abro mão de qualquer instrução mal dita... Assumo os riscos.
Assumo o parto.
Um mais novo nascimento ocorre.

Em Cristo,

Carol.

3 comentários:

  1. Que lindas palavras Carol, desejo de luta, de amor, amor a vida a ser vivida com a graça dada por Ele.

    Beijocas!

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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